BORBA GATO EM FOCO MANIFESTO CÍVICO

MANIFESTO CÍVICO

DO HILASA

INSTITUTO HISTÓRICO E CULTURAL DE SANTO AMARO

À POPULAÇÃO E AO GOVERNO DE SÃO PAULO E DO BRASIL

OBJETIVO:

Defesa da Estátua de Borba Gato – GUARDIÃO DE SANTO AMARO

Um Ícone de Nossa Cultura, da Nossa Arte, da Nossa História, do Nosso Povo

Um Marco Simbólico da Região Sul de São Paulo

Um Marco do Povo de Santo Amaro

Uma Obra de Arte de Júlio Guerra, nosso Artista Maior

Uma Homenagem ao Nosso Povo

Repúdio ao ato covarde e desagravo à população de Santo Amaro e do Brasil, pelo vandalismo da tentativa predatória, contra a Estátua de Borba Gato, um extraordinário herói do Brasil, que muito fez pelo país. Sua contribuição ao desenvolvimento Brasil o inesquecível, notável para sempre!

Lembramos que a estátua é um Patrimônio histórico, cultural, cívico e artístico desta terra que o viu nascer;

MANIFESTO

1.Repudiamos veemente este ato de vandalismo e selvageria, que ofende a nossa história, nossa cultura e o nosso espírito de cidadania. Um atentado contra um dos homens que muito fez por seu país!

         O HILASA – Instituto Histórico e Cultural de Santo Amaro, em reunião especial, motivada pelo grave atentado à Estátua de Borba Gato, ícone intocável do Patrimônio Histórico de São Paulo, do Brasil em Santo Amaro, vem, por este documento, manifestar o seu veemente repúdio e desagravo, por esse ato bárbaro e fazer uma proposta ao final.

         Preliminarmente lembramos que esta atitude prende-se ao nosso projeto, que assumimos perante a Prefeitura de São Paulo, sob o título: “Preservação do Patrimônio Histórico , Cultural , Artístico e Cívico de Santo Amaro-SP”.

         Este projeto de preservação do nosso patrimônio, está em pleno desenvolvimento. Nele trabalhamos diária e intensamente há muitos anos.

         Borba Gato, cidadão santamarense, é considerado Guardião de Santo Amaro, Guardião de São Paulo e do Brasil. É um paradigma de honradez e de amor ao seu país e à sua família!

É marca de nosso povo, de nossa região e muito mais. É um herói nacional!

         Na estátua, Borba Gato está em atitude de guardião do nosso povo.

         Borba Gato é aqui aclamado guardião, por seus méritos extraordinários, que o fizeram um cidadão brasileiro privilegiado. Foi um notável e imortal herói nacional.

         Ele é o cidadão mais ilustre que até hoje nasceu nesta rica terra de Santo Amaro, em São Paulo; sendo que, nesta terra nasceram muitos e notáveis heróis e heroínas do Brasil.

         Sim aqui proclamamos Borba Gato, como um respeitável e inesquecível herói, de porte mundial.

         Além desta estátua gigante, em Santo Amaro, na terra em que nasceu, mandada erigir pela Prefeitura Municipal, ele tem outra bela estátua, erigida em Sabará/MG, na terra onde viveu a segunda metade de sua vida.

          Aí ele se dedicou intensamente ao desenvolvimento do seu país, ao desenvolvimento de Sabará e de outras cidades, e à busca de ouro para viabilizar o povoamento do Brasil, expandindo e consolidando o país.

         Ele bem merecia outras estátuas, pelo Brasil afora.

         A ele e muitos mais, muito deve o Brasil, feito um país continental. Ele contribuiu para este sucesso!

2. Respeitar a Estátua de Borba Gato, é respeitar também o seu autor, Júlio Guerra, outro benemérito desta terra e os valores que ele homenageou na Estátua.

         Na estátua está presente uma homenagem aos nordestinos, povo que é maioria em Santo Amaro.  O estilo de estátua imita em pouco, os bonecos de barro que se fazem no Nordeste.

         Há outras homenagens, mas não cabe referi-las neste documento.

         Dela fazemos referência em outra postagem.

3. No dia 24 de julho de 2021, por volta das 14h puseram fogo à sua estátua, em Santo Amaro-SP, com pneus em chamas, que queimaram durante mais de 30 minutos.

         A afronta é crime vergonhoso e bárbaro, contra a estátua de um herói nacional, um cidadão trabalhador e de paz, é um ato indigno e deplorável.

Afronta executada por gente sem um mínimo de respeito pelo Brasil e pelos seus grandes heróis históricos; pelos Pais da Pátria! Sem respeito pela democracia.

Opiniões não se combatem com canhões.

A minoria não pode tentar vencer se sobrepondo pela violência irracional e mascarada.

Em democracia, o respeito e a lealdade é fundamental, se não é covardia e tirania!

Afronta gravíssima à História do Brasil!

         Na realidade, este é um crime nefando, execrável e infame, assim visto pelo povo ordeiro e trabalhador.

Está patente a intenção uma intenção de desprezo aos grandes valores morais e cívicos do Brasil; está presente a vontade de denegrir, o nosso grande Patrimônio Histórico, Cultural e Cívico; a intenção de implodir os grandes valores vitais de nossa grande civilização ocidental, da civilização brasileira…

         Assim sendo, renovamos o repúdio a este ato infame, que envergonha todo o país, que presa o espírito democrático, legítimo e ordeiro!

Atacar benfeitores da pátria e da humanidade é crime inadmissível.

Crime inafiançável, na opinião corrente da civilização!

Enfim, ser contra a obra legítima e penosa de Manuel de Borba Gato, que deu a vida por seu país, é ser contra o Brasil!

Ele foi um homem benemérito e plenamente respeitável por quem é sério e sabe o que diz!

Não podemos nos perder entre pescadores de águas turvas!

É a verdade que nos liberta! (Jo. 8:32)

avenida santo amaro

4. Renovamos nosso respeito perene, pela obra imorredoura de Borba Gato e o aclamamos como pessoa digna de ocupar o seu espaço, bem merecido, no Panteão dos Heróis Benfeitores do Brasil.

         O Brasil tem, para com ele, uma dívida impagável.

Honrá-lo é o mínimo que podemos fazer.

Afinal, ele levou sempre uma vida digna e respeitosa, com sua família e com a sua gente, inclusive com os indígenas, com os quais conviveu como amigo, sempre respeitado e respeitador.

Em casos extremos, soube reagir para manter a honra do país!

Se algumas vezes tiver errado isso nós não sabemos! Depende do ponto de vista. Mas escutamos a advertência do grande mestre:

Quem nunca pecou, atire a primeira pedra“. (Jo.8:7)

5. Por isto e muito mais, renovamos o nosso respeito perene, também pelo nosso grande artista santamarense, Júlio Guerra, autor da Estátua Magnífica de Borba Gato – nosso guardião.

         Nosso respeito pelo povo de Santo Amaro – São Paulo, onde nosso herói e ilustre cidadão nasceu, e formou o seu caráter forte e audacioso.

         Povo que os vândalos ofenderam!

6- Proposta: Finalmente fazemos uma proposta, para defesa de todos os monumentos ameaçados de depredação, pelos vândalos de plantão, em São Paulo, e por respeito a toda a população trabalhadora e ordeira, de Santo Amaro e do Brasil. Ameaçado pela ignorância e ferocidade de uns poucos!

         Em nome do povo ordeiro e cordial, que paga seus impostos, propomos que se providencie, em todos os monumentos ameaçados, pelos predadores, a colocação de um cercado de grade de ferro, com 2,20(+/-) de altura, tal qual foi feito, em outros lugares, como no monumento a Santos Dumont, na praça diante do Aeroporto Santo Dumont, no Rio de Janeiro.

Nota: Quem tiver opiniões, opostas ao que aqui escrevemos, sobre a vida e obra de Manuel de Borba Gato, por favor, estude o capítulo sobre a atuação de Borba Gato, em obras de historiadores sérios e competentes, e não em livros didáticos tendenciosos.

É sabido que estes, há anos, vão destratando, marginalizando e difamando este personagem!

Nosso compromisso é com a verdade e pela educação da nação sem artimanhas.

Veja o que ele fez pelo Brasil!

OS TEMPLOS DE NOSSO TORRÃO

I

TEMPLOS PARADIGMA

1 Os humanos construíram lugares, templos palpáveis, visíveis e admiráveis, onde podem aprender a sentir a voz de Deus, sempre, e em comunidade, no fundo do seu coração.

Deus se enternece quando os homens lhe constroem templos majestosos ou pequenas ermidas, para o exaltar, como quando cuidam dos excluídos e carentes, por amor aos irmãos…

Todos os templos são extensão da comunidade: são lugares de aprender e de louvar. Deus é o mesmo, numa humilde e discreta capela rural, como numa magnífica e monumental catedral gótica, ou de linhas modernas, arrojadas.

A diferença está no nosso olhar… na nossa alma e no nosso coração.

Em Santo Amaro/São Paulo temos templos paradigmáticos, que cultivam Deus e as forças espirituais; as forças do bem… As pessoas se encantam com monumentos de pedra, quando aí aprendem e fortalecem a fé, as esperanças e o amor.

Deus se encanta com as pessoas sinceras e leais, quer estejam em magníficos templos, ou em humildes casebres. Deus se enternece que façamos o bem, sem olhar a quem.

Deus não é maior, porque lhe construímos templos, mas nós somos bem maiores, quando lhe construímos templos, por amor, a Ele e à comunidade, ao bem comum, com fé, esperança e solidariedade.

2. Catedral de Santo Amaro

O templo mais antigo, nesta pequena parte do mundo, é a Catedral de Santo Amaro, a Igreja Matriz. Um lugar bom para orar e meditar: para sentirmos Deus em nós, a nos iluminar; a nos apontar caminhos do bem, do bom conviver e do amar. Lugar bom para ouvir a Palavra, o Verbo … e para louvar e agradecer a Deus, por suas graças… Qualquer igreja, ampla ou acanhada, ou pobre ermida, no alto de uma colina, ou no fundo de um vale, todas elas nos convidam a orar e a meditar; a levantar o espírito para o alto; a superarmos nossa pequenez; a alçarmos nossos pensamentos, para o alto, para Deus.

Sursum corda”. ( Corações ao alto).

Lembre-se, sempre:

“Vós sois o Templo de Deus; o Espírito de Deus habita em vós”(ICor.3:16-17).

A nossa catedral é obra de muita dedicação de muitos… O templo é o espaço de reunião da comunidade; de encontro dos irmãos. O verdadeiro templo de Deus é a alma e o coração das pessoas de fé e de esperança que praticam a alteridade.

3. Igreja Mãe de Deus

Uma Igreja grande e despojada, como uma cabana de peregrinos, é a Igreja da Mãe de Deus“, na Avenida Interlagos.

O que falta, em muitas igreja, é mais verde e mais flores, mais natureza, mais árvores, mais arvoredo! O concreto é fio; não tem espírito, mais a alma é quente…

Concentre-se.

Cuide para não se dispersar… No templo, a comunidade, reunida, reza, louva, canta com emoção e alegria. Guarda e reserva momentos de silêncio criativo, quando a pessoa fala a sós, com Deus em seu coração! Alegria é fundamental, mas muito alarido é dispersivo. Batucada barulhenta, na Igreja, está fora de lugar. Incomoda e ofusca a mente e o espírito. A igreja não é lugar de aparências; é espaço de verdade…

A Igreja é um convite à espiritualidade, um convite à sabedoria, um convite à palavra, é um convite ao encontro comunitário; quer estejamos acompanhados ou sós, Deus está em nós.

A Igreja genuína articula o silêncio e o canto; a prece, o louvor e a gratidão. O templo de Deus está onde você está (I Cor. 3;16), onde está um crente sincero, leal e verdadeiro.

4. Solo Sagrado

Outra Igreja despojada, em lugar silencioso e convidativo, cercado de flores naturais, de matas nativas e das águas da Guarapiranga, é o Solo Sagrado da Guarapiranga, obra da Igreja Messiânica. Um lugar amplo, onde tudo nos convida a orar: o silêncio, o verde das árvores, a beleza das flores e o canto esvoaçar das aves, num céu límpido e azul… Tudo nos convida a orar e a refletir, em silêncio… A meditar em Deus e no sentido da vida e da convivência. A prestar atenção na Palavra de Deus! Deus vai no seu coração…

Você pode orar e meditar em qualquer lugar, onde você possa se concentrar, e pensar em Deus, como todo o bem e no sentido da vida… Você pode orar e meditar, em qualquer igreja, ou em qualquer lugar, onde puder se concentrar e fixar a mente em Deus; até num ônibus lotado, de pé ou sentado; até numa prisão, onde a maledicência te confinou… O templo de Deus vivo é você. “Vós sois o templo do Deus Vivo”. ( 1 Cor. 3:16)

Peça a Deus que abençoe seus passos, seu olhar, seu pensar; que abençoe seus braços, suas mãos, seu coração, seus sentidos e sentimentos… Que abençoe seu trabalho e seus planos de vida. Que Deus abençoe seus pais e seus irmãos e seus filhos, conhecidos e amigos; que abençoe o mundo e a humanidade… Que abençoe as mãos e o olhar e o coração de quem ama…

5. Templo Budista Kwan-Yin

Outro lugar paradigmático é o templo Kwan-Yin, no Grajaú (Varginha), em Santo Amaro/SP.

É um templo budista. Cada templo é sempre um convite para nos encontrarmos com o nosso Deus. Veremos então que religião genuína é necessária à nossa vida; religião também é cultura, precisamos dela na vida.

A religião nos faz mais humanos; nos faz mais gente, mais cordiais, mais atentos. A religião genuína nos fortalece a alma e o coração. Religião é cultura, mais é muito mais do que cultura: é vida.

A Trajetória do Neto de Susana Rodrigues e João Paes

      Ele nasceu em Santo Amaro em 1649.

     Passou sua infância e juventude, próximo da Vila de Piratininga, em um bairro afastado.

     Casou-se com uma moça residente em Cotia, filha de Fernão Dias Paes em 1670.

     Recebeu o sobrenome de seu pai João de Borba Gato.

     Perdeu a mãe Sebastiana Rodrigues Paes em dezembro de 1669.

     Teve cinco irmãs e três filhas.

     Deixou seu bairro, sua esposa e suas filhas, em 1674 para acompanhar seu sogro em bandeira para atingir Sabarabuçu, a mística serra resplandecente.

     Os homens partiam em busca de esmeraldas e prata. As mulheres ficavam cuidando dos filhos, da casa, da plantação. Ficaram para trás a esposa Maria Leite, sua sogra e cunhadas, e ainda suas filhas.

     Esse era o destino das esposas e filhas de bandeirantes na pobre São Paulo de Piratininga no findar do século XVII até meados do XVIII.

     Apesar desse importante papel de assegurar a sobrevivência da família, as mulheres eram praticamente desconhecidas pela sociedade.

     Difícil rastrear essas valorosas mulheres.

     Borba Gato partiu; passou por diversos obstáculos, enfrentou não só feras e répteis, mas também o desprezo, a inveja e a ira de uma sociedade composta por homens que queriam se enriquecer a qualquer custo, à revelia da ordem e da lei.

     Na sociedade colonial das minas gerais, conforme descreveu Antonil que lá viveu por alguns anos, distante da justiça da Coroa, os mais fortes legislavam a seu favor. A punição caía sobre os mais fracos, em geral sobre mamelucos, paulistas.

     Considerado responsável pela morte de um enviado da Coroa portuguesa, para administrar as descobertas feitas por Fernão Dias Paes, Borba Gato, para não ser vítima da justiça Real fugiu para lugares despovoados com o restante dos mamelucos e índios da bandeira de seu sogro e ficou alguns anos isolado.

     Para sobreviver fizeram plantações e cultivaram animais, sem, contudo, abandonar a procura de metais, principalmente ouro.

     O bandeirante já com cerca de 40 anos, não esqueceu da família. Procurou aproximar-se da vila de Taubaté, após ter sido perdoado pelo crime que lhe foi imputado e trazer para próximo de si, sua mulher e filhas.

     Após encontrar-se com o governador Artur de Sá e Menezes, em 1698, foi nomeado Tenente general da jornada de Sabarabuçú e em 1702 superintendente das minas do Rio das Velhas.

     Para cumprir as ordens inerentes a seu cargo se incompatibilizou com reinóis e paulistas e, se indispôs com Manuel Nunes Viana, um rico fazendeiro e comerciante, que contrabandeava gado da Bahia para Minas sem pagar o quinto exigido pela Coroa.

     Borba Gato conseguiu que a administração colonial expulsasse Nunes Viana das minas do Rio das Velhas e de Caeté, contudo logo depois o contrabandista recebeu benesse da Coroa, e um cargo administrativo na Bahia, graças a proteção de um membro da elite lusitana.

     Borba Gato, com o passar do tempo, após a guerra dos Emboabas retirou-se para suas terras e lá terminou seus dias, depois de anos de trabalho na administração da Vila Real de Sabará.

Texto – Autoria Profa. Dra. Historiadora Inez Garbuio Peralta – Direitos autorais Reservados.

AS MULHERES ESPOSAS DE BANDEIRANTES

            Embora Santo Amaro fosse celeiro de muitos entradistas e bandeirantes nos séculos XVI, XVII e XVIII, um fato interessante ocorre nos primórdios da colonização portuguesa em nossa região!

            Um dos primeiros entradistas Martim Rodrigues Tenório de Aguilar, casado com Susana Rodrigues, teve quatros filhas: Maria Tenória, Ana de Veiga, Elvira Rodrigues e Susana Rodrigues.

A filha de Susana Rodrigues e João Paes, Sebastiana, casada com João de Borba Gato, teve 5 filhas: Maria de Borba, Susana Rodrigues de Borba, Paulina de Borba, Ana (Linhares) de Borba e Isabel de Borba e apenas um filho, que na verdade valeu por muitos: Manoel de Borba Gato.

O casal Manuel de Borba Gato e Maria Leite Pais por sua vez só tiveram filhas: Mariana Leite, Maria Leite e Joana de Borba.

É bem verdade que esses entradistas e bandeirantes tiveram filhos naturais, homens e mulheres, com nativas de São Paulo

Infelizmente conhecemos pouco essas mulheres que certamente ajudaram muitos esses sertanistas a sobreviverem no sertão desconhecido.

Essas nativas indígenas contribuíram muito, também, com amas de leite para muitos expostos desconhecidos, muitas vezes rejeitados pela sociedade colonial patriarcal! A Santa Casa de São Paulo os recebia, através da Roda dos Expostos e os enviava para as mulheres pobres de Santo Amaro, em geral indígenas.

O contingente feminino de Santo Amaro nos séculos iniciais da colonização foi significativo, principalmente se considerarmos que muitos homens partiram e as esposas e mães se tornaram chefes de famílias e provedoras do sustento dos filhos.

Apesar de seu papel no lar e na roça, como administradora e responsável pela escolha e arranjadora de bons casamentos para as filhas como fizera Susana Rodrigues, reconhecida pelo marido que a nomeia curadora e tutora de suas filhas, a maior parte delas não foi registrada pela história.

Susana recebeu do juiz, toda a fazenda contida no inventário de seu marido, por estar satisfeito dela, visto ser mulher para governar sua casa e casar sua filha, capacidade que já havia demonstrado, realizando o casamento de outras duas, na ausência do chefe da família; a viúva prometeu casar a rapariga (Susana-moça) o melhor que pudesse; como nos conta Alcântara Machado.

E as mulheres do tenente general Manoel de Borba Gato por andaram? O pai saiu de casa quando duas ainda eram jovens e a terceira bem pequena. A mãe, Maria Leite cuidou delas e arranjou dois bons maridos paras as meninas. O escolhido para Mariana foi Francisco Tavares de Arruda e Sá e o de Maria foi Jeronimo Tavares de Arruda. Quanto a terceira, já o escolhido pelo pai foi Francisco Duarte Meireles. Todos três, meio aparentados, descendentes de açorianos e participantes da administração nas Minas Gerais para onde foram.

Texto – Autoria – Professora Inez Peralta

Famílias Ilustres de Santo Amaro

Gente que Faz

Capitulo 89 Livro – OS PIONEIROS DA HISTÓRIA (prelo)

PAULINO NUNES ESPOSO

Evan Klein e Paulino Nunes Esposo

Referência Ética

(1890-1955)

     Paulino foi mais um dos muitos homens de forte caráter, honradez, ousadia e amor ao trabalho, à família e à comunidade, que marcaram Santo Amaro, para sempre.

     Paulino nasceu em Santo Amaro, no Bororé, aos 10 de Abril de 1890.

     Seu pai, Paulo Nunes Exposto, nasceu de pais incógnitos e não sabidos. Foi salvo pela Roda dos Expostos, da Santa Casa de São Paulo. Teve uma família que o adotou e fez dele um homem. Seu pai foi filho da caridade humana, da caridade cristã.

 Paulino dedicou-se à agricultura, na região de Capela do Socorro/Interlagos.

Morou no bairro “Casa Grande”.

     Foi um grande produtor rural e um bom proprietário de terras, na sua região.

     Trabalhou desde tenra idade, como era comum no seu tempo, quando as crianças não tinham infância.

     O sentido da misericórdia morava dentro de sua alma, transmitida por seu pai, que não teve pais e viveu…

     Verificando a falta de escolas, para as crianças da região, visitou todas as casas da comunidade da redondeza para frequentar a escola que queria criar, na sua propriedade.

     Já tinha cuidado da contratação de um professor.

     Sua dedicação à educação, faz dele um homem admirável.

     Quando, na década de 70, o Governo apoiou a abertura de novas escolas e a construção de novos prédios, a família de Nunes Esposo, já falecido, (5/9/1955), logo se dispôs a colaborar: deu terreno, muito bem situado, no bairro “Casa Grande”, para construção de uma Escola Estadual.

     A misericórdia fazia parte da família…

     Em agradecimento, foi dado à escola o nome: “Escola Estadual Paulino Nunes Esposo”, perpetuando e honrando, para sempre, o nome de uma pessoa simples que soube pensar na importância da educação, para o desenvolvimento das competências das pessoas e da sociedade, possibilitando mais qualidade de vida para toda a gente.

     Em 1930, Paulino deixou a carreira agrícola, para se dedicar ao comércio: abriu uma Casa Comercial de Secos e Molhados, em sua propriedade, na “Casa Grande”, Estrada de Parelheiros.

     Sendo homem dedicado ao trabalho e muito atento, teve grande sucesso, em seus negócios. Deus abençoa quem sabe compartilhar.

     Casado com Eva Klein da Silva, teve treze (13) filhos, sendo 9 meninas e 4 rapazes. Teve prole numerosa.

     Hoje, Paulino Nunes Esposo é nome de escola do Estado. Homenagem merecida.

      Nota: Apelo para que a Roda dos Expostos seja reativada, em todo o Brasil, nos hospitais beneficentes e das comunidades, para acolher as crianças recém-nascidas, que as mães enjeitam, para que os inocentes não paguem pelos erros dos pais… Se nasceram no Brasil, têm direito à proteção do Estado… Tem direito à vida, que o Estado precisa e deve respeitar.

Roda dos Expostos

Livro – Os Pioneiros da História (prelo) – autor – José Jorge Peralta.

CARLOS DA SILVA ARAÚJO

(4/11/1835-20/3/1906)

Carlos da Silva Araújo

Carlos Araújo foi um dos Santamarenses beneméritos que dedicou sua vida e seus talentos à sua família e a Santo Amaro.

     Fez algo permanente pela prosperidade da região.

     Tem uma página brilhante reservada, em nossa história.

     Nasceu em Santos, filho de pai Pernambucano, de raiz portuguesa, no dia 4/11/1835.

     Trabalhou na marinha mercante, onde seu pai era comandante.

     Chegou a Capitão de navio. Abandonou a profissão para ficar mais perto da família.

     Mudou-se para Rio Claro, no interior de São Paulo, onde fundou o Colégio Santa Cruz, a que se dedicou.

     Lutou pela causa abolicionista.

     Mudou-se para São Paulo e depois para Santo Amaro, em 1891, por motivo de saúde de sua esposa.

     Transferiu, para Santo Amaro, a escola que fundara em São Paulo: o Externato Araújo.

     Carlos Araújo dedicou-se intensamente aos melhoramentos, ao progresso de Santo Amaro.

     Entrou na política local.

     Foi Vereador, Presidente da Câmara Municipal e Prefeito de Santo Amaro.

Foi de sua administração a construção do Mercado Municipal, Jardim Público (atual Pça. Floriano Peixoto), além de outras obras meritórias.

     A Santa Casa da Misericórdia contou com sua intensa colaboração: presidiu a Associação Imaculada Conceição, responsável pela construção do hospital.

A Santa Casa foi levantada com doações da comunidade: pessoas e empresas, entre as quais se destaca Dona Benta e João Dias.

     Foi o primeiro provedor da Santa Casa.

Quadro Júlio Guerra – Santa Casa de Santo Amaro/SP

     Foi uma pessoa muito solícita, em favor das necessidades e dos doentes.

     Foi uma alma de grande potencial. Teve um espírito humanitário.

     Juvêncio Guerra, coautor do Almanack narra um episódio memorável:

Estando Carlos Araújo em repouso, em sua casa, em Santo Amaro, meio entre a vigília e o sono, teve um sonho, uma visão: viu, em sua mente, a figura de uma mulher branca, que amamentava uma criança negra. Era o sinal de sua consciência, de apoio ao seu espírito de fraternidade universal, onde, se uma mãe negra pode amamentar uma criança branca, também a mãe branca pode amamentar uma criança negra, naturalmente, sem que isto cause espanto a ninguém.

Efetivamente, Araújo tinha um sentimento de profundo respeito aos carentes, fosse qual fosse a sua condição social.

     A fraternidade não faz distinção de raças, nem de condição social.

     Esse sempre foi o espírito da Santa Casa, de todas as Santas Casa do mundo, onde não há discriminação.

     O grande ícone das Santas Casas da Misericórdia é Na. Sa. da Misericórdia: Um quadro representando Maria, Mãe de Jesus, com seu amplo manto aberto, nos braços abertos, recebendo necessitados de todas as condições sociais, qual ave protegendo seus filhinhos. 

Nossa Senhora da Misericórdia

O nome das Santas Casas vem da frase de Jesus Cristo. Quando viu o povo com fome, Ele declarou:

    “Misereor super turbam”. “Tenho misericórdia, (compaixão), deste povo”.

      Ide socorrê-lo.

      A mantenedora da Santa Casa de Santo Amaro é a Associação Beneficente Imaculada Conceição.

     Na Santa Casa, Carlos Araújo pode concretizar seus ideias de solidariedade e de amor ao próximo.

     Este homem foi uma bênção, para a cidade.

     Em 1901, após o falecimento de seu filho único, o juiz Carlos Samuel de Araújo, mudou-se para São Paulo, com a sua mulher e com sua nora, viúva, com seus netos.

     Faleceu no dia 20 de Março de 1906, com 71 anos.

     Enfim, Carlos da Silva Araújo foi um grande cidadão, paradigma de honradez; um homem cordial, que merece ser sempre lembrado, como padrão de ser humano que dedicou a sua vida à construção de uma sociedade mais justa, solidária e cordial; de uma sociedade mais saudável.

     Foi um homem de bem.

     Seu nome está eternizado na Santa Casa e em um busto, colocado na Pça. Floriano Peixoto, ao lado do antigo prédio sede da Prefeitura Municipal.

     O busto honorífico é obra de nosso artista-mor, Júlio Guerra.

     À entrada da Santa Casa, há duas placas de mármore: uma homenageia Carlos da Silva Araújo e outra homenageia Dona Benta Benta Vieira.

     Estes são os personagens-símbolos da Nossa Santa Casa.

     Por esta obra de caridade salvadora de vidas os dois são ícones inesquecíveis de nossa gente.

     Nota: Falamos de Dona Benta, no Cap. 55 e no Cap. 100, em “Romagem por Santo Amaro”, Vol. 1.

TIAGO LUZ MENDES

(1862-1914)

Tiago Luz Mendes

     Tiago Batista da Luz Mendes foi um dos homens mais ilustre desta terra; um homem cordial, solidário e prestativo.

     Ajudava, naturalmente e prazerosamente, quem dele precisava.

     Foi uma pessoa lúcida, generosa, acolhedora e de um coração magnânimo.

     Tiago Luz foi um digno descendente de nossos velhos Bandeirantes: foi um homem digno, honrado, íntegro e incorruptível, como reitera o autor do Álbum de Santo Amaro (1935).

     Nasceu em Santo Amaro, no dia 25/7/1862.

Pintura de Júlio Guerra

     Tiago Luz foi um dos fundadores da Santa Casa de Misericórdia, contribuindo com seus donativos.

     Tiago Luz foi quem iniciou a construção do antigo Mercado Municipal.

Mercado Municipal

     É o criador do Grupo Escolar, hoje, Paulo Eiró.

     É uma das suas marcas de atuação.

     Integrou como Vereador, a Câmara Municipal local, de 1887 a 1898.

     Exerceu a função de Prefeito Municipal, como Intendente, após a proclamação da República.

     Exerceu o cargo com dinamismo e ideias inovadoras.

     Faleceu em 4/9/1914, para nunca mais ser esquecido. Entrou para a história.

     Seu túmulo, no nosso cemitério, é ornado com belíssimo monumento.

     O jornal “Correio Paulistano”, (6/9/1914), noticiou a sua morte com o destaque dado ás grandes personalidade.

     Por seu bom nome e por ser um personagem atuante, na sociedade santamarense, seu féretro foi concorrido por personalidades políticas da região, que vieram prestigiar o seu nome.

     O Vigário da Paróquia rezou missa de corpo presente.

Tiago Luz foi um espírito conciliador, de caráter forte e princípios elevados.

     Conseguiu a convivência respeitosa de todos, mesmo dos inimigos políticos.

     O respeito pela sua pessoa era tão grande que após a notícia de seu falecimento, o comércio fechou as portas; as indústrias e repartições públicas hastearam a bandeira em posição de luto.

     Foi um homem muito respeitado em toda a região.

FERNANDO SCALAMANDRÉ JR.

(03.09.1923 – 04.05.2010)

Fernando Scalamandré Jr.

= Subprefeito de Santo Amaro, Médico e Político =

     Fernando Scalamandré Jr., médico, foi Subprefeito de Santo Amaro, de 1963 a 1965, durante a gestão de Francisco Prestes Maia.

     Este governo, deixou em Santo Amaro, marcas indeléveis:

     A estátua do Borba Gato e a Biblioteca/Centro Cultural Prestes Maia, entre outras.

     Durante o seu governo, Santo Amaro ganhou a famosa estátua do Bandeirante Borba Gato, obra de Júlio Guerra.

Estátua Borba Gato

Formado em medicina, abriu um hospital, com o irmão, Francisco, na Vila Mariana.

     Após 15 anos, venderam o hospital, e Fernando dedicou-se à política.

     Foi eleito, quatro vezes, Vereador da Capital e duas vezes Deputado Estadual.

     Nasceu em Araraquara, em 1923.

     Morreu, na Capital, em 2010.

     Foi Subprefeito, na Subprefeitura de Santo Amaro, no regime antigo, após a anexação de Santo Amaro a São Paulo.

     Consta que Scalamandré fez um bom governo em Santo Amaro.

     Ao término do seu mandato de Deputado, voltou à sua profissão; foi clinicar.

     Muita gente fala de Scalamandré, com respeito e saudades.

     Enfim, foi um bom amigo de nosso Bairro-Cidade.

ARMANDO DA SILVA PRADO NETTO

(1931 -30.07.2012)

Armando da Silva Prado Netto

Um Jornalista

    Dr. Armando foi criador do jornal Gazeta de Santo Amaro, a vitrine e a voz do povo de Santo Amaro, já faz 57 anos.

    O coração de Armando sempre bateu ao lado dos santamarenses.

    Foi um lutador, por sua terra, por seu bairro-cidade.

    Pessoalmente, guardo dele ótimas recordações.

    Foi um lutador, a vida inteira, pelas causas da sociedade, dando apoio às entidades locais.

Igreja da Santa Casa de Santo Amaro/SP

    Por isso foi vice-provedor da Santa Casa de Misericórdia.

    Dirigiu o jornal, por 52 anos, transformando a Gazeta num dos maiores jornais de bairro de São Paulo.

    Foi um cidadão comprometido com a sua gente, com o seu torrão.

    O jornal sempre foi uma ponte, entre a população local e o poder público, na busca de melhorias urbanas.

    A Gazeta, sempre atenta, foi uma grande incentivadora da cultura, divulgando eventos culturais, festejos e acontecimentos de interesse da comunidade.

    Foi, e é ainda, um porta-voz da nossa região, de nossa gente.

    A Gazeta de Santo Amaro transformou-se, assim num grande e rico arquivo da nossa história, observada, atentamente, no seu cotidiano, vendo a vida acontecer.

    A Gazeta de Santo Amaro é o grande sonho de seu fundador.

    A Gazeta foi fundada no dia 1 de Janeiro de 1960.

Dr. Armando fez do seu jornal um veículo de grande credibilidade, uma referência da nossa vida cultural e social e uma tribuna democrática, de divulgação de ideias.

    Armando da Silva Prado Neto faleceu, com 81 anos, no dia 30 de Julho de 2012.

    A Gazeta é o grande legado do Dr. Armando, ao povo de Santo Amaro.

FARIA LIMA

(1909 – 1969)

Prefeito de São Paulo – 1965-1968

1. José Vicente Faria Lima, morador de Santo Amaro, foi um dos mais destacados e operosos Prefeitos de São Paulo.

Fez uma administração muito séria, procurando resolver alguns dos grandes problemas da cidade que, em poucas décadas, se transformou na cidade mais ampla e próspera do Brasil: uma grande metrópole, em escala mundial.

Faria Lima, como Prestes Maia deixou em São Paulo e em Santo Amaro, seus rastros, que não se apagam.

2. Nasceu no Rio de Janeiro, Vila Isabel, em 07 de Setembro de 1909.

Aos 21 anos iniciou carreira na FAB.

Chegou a Brigadeiro do ar, em 1958.

Foi presidente da VASP.

Em 1965 foi eleito Prefeito de São Paulo.

3. A administração de Faria Lima destacou-se por diversas grandes obras básicas; entre elas: Marginal do Pinheiros e Tietê, Av. Sumaré, Av. 23 de Maio, Av. Rubem Berta, Radial Leste, início do Metrô, além de obras na área da educação e da saúde e do bem-estar social.

Faria Lima deu novo rosto a parte de São Paulo; deu nova vida a cidade, com imensa coragem.

Faleceu no dia 04 de Setembro de 1969.

4. Faria Lima foi um homem de grandes ideias, de grandes ideais e de grande coração.

Sua administração transformou a imagem de São Paulo.

Faria Lima foi um dos maiores políticos da República: de São Paulo e do Brasil.

Ele deu mais vida e sustentabilidade a esta cidade gigante.

Foi um homem admirado, respeitado e amado pelo povo e sempre lembrado.

5. Quando Faria Lima morreu, em 04 de Setembro de 1969, deixou o país de luto.

Todos lastimavam a morte de um homem de quem o país podia esperar ainda maiores realizações…

Carioca, Faria Lima começou a atuar em São Paulo, em 1948, e por esta cidade e por sua gente se encantou, antevendo o seu imenso potencial.

Por sua obra e por sua personalidade sábia e atuante, Faria Lima será lembrado para sempre em São Paulo.

6. Faria Lima, com sua família, moravam em Santo Amaro, Alto da Boa Vista.

Sua residência foi na Rua São Benedito, 1.108, a poucas quadras da grande Estação de Tratamento de Água, da SABESP quando morreu, em 1969.

Aí recebeu as últimas homenagens.

Está enterrado também em Santo Amaro, no Cemitério de Campo Grande, Av. Sabará, onde ocupa o jazigo 23, quadra 4, a 30 m., à direita da entrada principal, defronte a um pé de ipê-roxo.

7. Aí já repousava a sua filha, Maria Helena, morta em desastre automobilístico, em 1961.

Faria Lima é um dos mais destacados inquilinos deste Cemitério.

Por sua dedicação, arrojo, dignidade e honra, Faria Lima é um cidadão imortal, um iluminado!

Ele está presente no grande desabrochar da megacidade de São Paulo, na década de 60 do séc. XX.

Ricardo Leão Sabino

Professor, Artista, Guerreiro

Herói Nacional

O Brasil em Primeiro Lugar!

     1. Sabino é uma pessoa muito especial, que viveu em Santo Amaro e tem muita história para contar. Morou na casa vizinha do sobrado de Adolfo Pinheiro, ali no Largo 13, no coração de Santo Amaro.

     Penso que Ricardo Sabino e seu filho Horácio Sabino são pessoas imortais no Brasil.

     Não morrerão jamais; viverão para sempre, no legado que nos deixaram.

     Elvira, educadora, irmã de Horácio, também tem certa a imortalidade, que Deus revela aos benfeitores da sociedade.

     Um homem e cidadão exemplar, símbolo de coragem e ousadia indomável. Um patriota audaz!

     Um herói honrado do Brasil.

     Uma pessoa fascinante!

     Sabino foi um homem de várias competências: foi um polígono de muitas faces: foi carpinteiro, filósofo, professor, músico, pintor, desenhista, militar, escritor, etc., etc.

     Nasceu em São Luís, no Maranhão, atuou em Caxias, e pelo Brasil. Mudou-se para Santo Amaro e por aqui viveu seus dias.

     Seus pais, desembargador Joaquim José Sabino, português, e Josefa Adelaide Belfort. Esta, filha do engenheiro inglês, Philip Belfort.

     Ricardo casou-se, no Porto, com a portuguesa Maria do Belém Correa, com quem teve uma filha. Após o falecimento de sua primeira esposa, casou-se, com a santamarense Maria Teresa (27.2.1844), com quem teve seis filhos.

     Após a morte de Maria Teresa, casou com Maria Carolina, por volta de 1860.

     Com Maria Carolina teve cinco filhos, entre os quais Elvira e Horácio Sabino.

     Muito moço mudou-se para Portugal, terra de seus pais, para estudar, na Universidade de Coimbra.

     Ricardo foi uma pessoas que, com sua descendência, nos deixou um legado imortal.

     2. Sabino estava a estudar no Porto, quando D. Pedro I, do Brasil, chegou a Portugal, onde seria D. Pedro IV.

     Este organizava um exército, para depor seu irmão, D. Miguel, absolutista, que estava no trono de Portugal.

     Este fratricídio nada honra D. Pedro; mas é história!

     3. Sabino logo se alistou, como voluntário, no exército de D. Pedro IV.

     Saíram do Porto, pela foz do Rio Douro, no princípio de Junho de 1833.

     Foram desembarcar perto de Tavira, no Algarve.

     Seguiram, combatendo, até a entrada triunfal em Lisboa.

     4. Terminada a conquista de D. Pedro IV, Sabino abandonou os estudos, na Universidade. Casou-se em Portugal, como já vimos e voltou para o Brasil.

     5. No Maranhão começou a dar aulas, em sua escola, em Caxias.

     Foi professor de nosso grande poeta, Gonçalves Dias. Para muitos, o maior poeta do Brasil.

     Percebendo o gênio do aluno, arrecadou dinheiro de amigos, para financiar a ida de Gonçalves Dias, para Coimbra, para estudar!

     Gesto magnífico e imortal de Sabino, que revolucionou a literatura do Brasil!

     Sabino foi aqui um inspirado mecenas da cultura! Um homem de visão!

     O Brasil tem, para com ele, só por este gesto, uma dívida imortal; além de tudo o mais!

     Esse gesto o fez ainda maior!

     Em texto publicado no Correio Paulistano, é afirmado, (Janeiro de 1902): “Ricardo Leão Sabino foi um homem dotado de caráter austero e íntegro… é um dos homens mais estimados e conhecidos da Cidade de São Paulo”.

     Tinha uma ótima preparação para o magistério, e ótima visão da vida.

     Ele deu condições ao desabrochar do gênio de nosso poeta maior, Gonçalves Dias.

     Sabino deu força à inteligência do Brasil!

Em Coimbra, Gonçalves Dias escreveu, entre muitos outros, o poema que anda na boca do povo, “Canção do Exílio”, (Minha terra tem palmeiras/onde canta o sabiá). Alguns versos do Hino Nacional vêm deste poema.

     Este poema vale por uma bandeira cívica!

6. Entretanto, também no Maranhão, foi detonada uma revolução, em que se praticaram crimes bárbaros: ação de caboclos desordeiros, na cadeia local.

     O vaqueiro Raimundo Gomes resolveu libertar da cadeia o irmão preso, enfrentando a resistência esperada.

     Após os primeiros tiros, a guarda do presídio bateu em debandada.

     A rebelião do vaqueiro se alastrou perigosamente.

     Estava implantada a desordem.

     7. Agravou-se a situação, quando alguém sugeriu aos revoltosos da Cabanagem que tomassem a cidade de Caxias.

     Sabino se assustou, com a estranha ideia de pôr cerco a Caxias.

A cidade, Caxias, ao saber do plano dos revoltosos, preparou-se para a defesa, contra os balaios.

     Um corpo de mais de dois mil homens preparou a defesa.

     O comando da artilharia, do entrincheiramento, a direção e os preparativos bélicos foi entregue ao professor Ricardo Leão Sabino, única pessoa da região, com prática bélica, que tinha aprendido, em Portugal, nas fileiras de D. Pedro IV.

     As mulheres também foram mobilizadas, às ordens de Sabino, preparando munições.

     Os dois mil homens foram submetidos a um treinamento severo, para enfrentar o inimigo (?!).

     8. A avalanche de sertanejos, no entanto, era bem maior do que supunham os defensores da cidade.

     Em poucos dias, a cidade estava sitiada.

     Os revoltosos fecharam a cidade…

     Tragédia inevitável…

     Durante o cerco, o Capitão Sabino foi o homem mais ativo na defesa.

     Sabino teve momentos difíceis, em que precisou resistir, sozinho, ao ataque dos rebeldes.

     Por tergiversação dos políticos, a cidade foi derrotada.

     Seguiu-se o saque.

     Todos estavam à mercê dos arruaceiros…

     Sabino observava o movimento dos rebeldes, buscando surpreender a intenção dos Balaios.

     O nome de Sabino estava entre os marcados pelos revoltosos, para ser prisioneiro.

     Assim mesmo não se omitia…

     Vendo o desastre iminente, Sabino simulou adesão aos rebeldes, aproximou-se deles, chamou-os mais para perto, pegou a flauta e começou a tocar o Hino Nacional.

     De repente alguém deu um tiro de canhão, matando muitos balaios.

     Com medo de mais tiros, todos fugiram em debandada.

     Assim foi ganha a guerra…

     9. A notícia do heroísmo de Sabino chegou à Corte.

     Reconhecido, o Imperador galardoou Sabino, com as honras de Capitão do Exército, com o hábito dos cavaleiros da Ordem do Cruzeiro, e com uma pensão mensal.

     10. Enquanto se articulavam e negociavam saídas da situação, chegou à cidade o Presidente da Província e Comandante das forças armadas do Maranhão, Luís Alves de Lima, que logo seria o Barão de Caxias.

     Estava pasmado com a proeza e talento de Sabino.

     Tomou imediatas providências e encarregou Sabino de missões perigosas, mas importantes…

     Uma delas foi a captura de Cosme, fugitivo da cadeia de S. Luís, que lutava à frente de temeroso bando, composto de fugitivos e que aderiram à Balaiada.

     11. Sabino, chefiando um destacamento de homens valentes, derrotou os revoltosos.

     Foi capturado Cosme e mais 1.400 rebeldes.

     Sabino foi honrado pelo Governo, por ato de 14/4/1841.

     Na luta, Sabino foi ferido cinco vezes.

     Fez amizade com o Barão de Caxias.

     Vencida a revolta, ficou trabalhando no Maranhão.

     12. Ricardo Leão Sabino, em São Paulo e no Sul.

     Em 1842 rebenta rebelião liberal em São Paulo.

     O chefe era Tobias de Aguiar.

     Ricardo Leão Sabino dá baixa, no Maranhão, e vem para São Paulo (1842), para combater os rebeldes, ao lado do Barão de Caxias.

     Fixa residência em Santo Amaro.

     Organiza um corpo expedicionário, em Santo Amaro, e reúne-se ao esquadrão de cavalaria.

     Seguiu o General até Minas e depois seguiu para o Rio Grande do Sul, para enfrentar os Farrapos.

     Só deixou as armas, em 1843, aos 29 anos, quando soube da morte de sua mulher e do seu pai, no Maranhão! Sua primeira mulher, a portuguesa, Maria do Belém e seu pai, Joaquim José.

     13. Sabino deixou as armas e voltou para Santo Amaro.

     Adquiriu uma casa, vizinha da antiga moradia de Adolfo Pinheiro, no Largo 13 de Maio.

     Em 27/2/1844, casou-se, em segundas núpcias, com a santamarense, Maria Tereza.

Paulo Eiró

     14. Em Santo Amaro, foi professor de Paulo Emílio de Sales, o Paulo Eiró.

     Daí a grande admiração de Paulo Eiró, por Gonçalves Dias, que também fora aluno de Sabino.

     “Malhas que a história tece…”

     15. Sabino tentou meios de ganhar o seu sustento e dos seus, em Santo Amaro, mas encontrou barreiras.

     Não conseguiu nem a nomeação como professor.

     Fez muitas tentativas; empreendeu, mas só viu insucessos.

     Dedicou-se, então à literatura e à pintura.

     Conserva-se um retrato de Adolfo Pinheiro, a óleo, em Santo Amaro, que dizem, ter sido pintado pelo Capitão professor: por Ricardo Leão Sabino.

    16. Em Santo Amaro criou os seus filhos.

     Sua última moradia foi no palacete do filho, Horácio, na nova Avenida Paulista.

     Na ocasião, o pai querendo ir ver Portugal a última vez, antes de morrer, o filho Horácio, embora cheio de planos prazerosamente acompanhou o pai!

     Ricardo Leão Sabino morreu, no posto de Tenente-Coronel, em Lisboa, no dia 17/4/1902, para onde viajara com um filho, Horácio. Tinha 88 anos bem vividos.

     17. Em 1901, pensou em voltar a São Luís para rever os seus amigos, mas já não conseguiu; a morte o surpreendeu, ao iniciar a sua viagem de despedida…

     Morreu, mas está muito vivo, na atuação vital de seus descendentes, e nas lições de vida que nos legou.

     Sabino é um imortal da pátria brasileira.

     Tem o seu lugar reservado no grande Panteão Nacional.

Elvira Brandão

     18. Dos filhos deste herói maranhense, de sangue lusitano, e de sua numerosa descendência merecem especial destaque Horácio Sabino, excelente e inovador urbanista paulista, e a professora Elvira Sabino Brandão. Ao todo, Ricardo Sabino teve 12 (doze filhos).

Horácio Sabino

     Desta cepa genética vieram grandes empreendedores de São Paulo.

     Entretanto, seus descendentes, conjuminados com outras famílias, hoje é muito extensa e numerosa.

     Seu legado deixou à cidade de São Paulo muitas lideranças empreendedoras, que nos legaram uma São Paulo melhor, quando seguem seus passos, firmes e operosos…

     19. Ricardo Sabino atuou, intensamente pelo Brasil, nos mais diversos recantos do país.

     Atuou em Caxias, em São Luís do Maranhão, na Guerra do Paraguai (1865-1870), em Florianópolis, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e em Santo Amaro/São Paulo.

     20. Para São Paulo, Ricardo Sabino foi um exemplo, um paradigma do bem agir; um paradigma de coragem, de honradez e de generosidade.

Portão Cemitério de Santo Amaro

     Consta que há, no Cemitério de Santo Amaro um túmulo, em ruínas, com lápide de mármore, que seria do herói Sabino.

     Sabe-se que o corpo de Sabino foi trasladado de Lisboa, para Santo Amaro (!).

     Dele diz o artigo citado acima:

     “Ao cabo de uma vida honesta e cheia de méritos feitos, (honrado por condecorações), mostra a seus filhos, que é pelo trabalho e pela honestidade que se alcança a admiração e a estima dos outros, da posteridade”.

(ib. Correio Paulistano, Jan. 1902).

JÚLIO GUERRA

JÚLIO GUERRA

Notável Artista de São Paulo/Santo Amaro

Arte Popular e Arte Erudita

 5ª Jornada do Patrimônio da PMSP

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JÚLIO GUERRA

1 – Júlio Guerra é destaque, na 5ª edição, da Jornada do Patrimônio, da Prefeitura de São Paulo, agosto de 2019.

O Hilasa e a Edubraz, disseram presente.

Nos grandes momentos de Santo Amaro/São Paulo estamos sempre presentes.

Júlio Guerra é o artista maior de Santo Amaro, e um dos grandes artistas de São Paulo e do Brasil.

Júlio foi um exímio pensador. Cantou, com a pena, com o pincel e com o cinzel em pedra e papel, a vida e os encantos de sua terra, de São Paulo!

Amou e exaltou, sem reservas, tudo o que é bom e inspirador em sua cidade e em seu rincão. Temos aqui um bom paradigma de civismo atuante…

São Paulo/Santo Amaro foi o foco de sua inspiração; fez arte humana para a humanidade.

São Paulo é maior, com a obra de Júlio Guerra; Santo Amaro também.

Comunicou-se, e comunica-se ainda, com sua gente, em belas esculturas e pinturas , pela cidade de São Paulo e em outras cidades e além das fronteiras. Sua obra  é poesia que não se cala… Sim , porque há muita poesia, em suas esculturas e em suas pinturas!

Ele comunica-se com seus contemporâneos e com a posteridade, com a voz do coração!

Para isto dizemos que os bons artistas não morrem, jamais!

Costumo dizer que Júlio Guerra é um poeta da pena,  do cinzel e do pincel. E assim é!

2 – As obras de Júlio Guerra dão à cidade de São Paulo, mais beleza e mais encantos! Agregam mais cultura, ao nosso bairro-cidade, à nossa subprefeitura de Santo Amaro.

Através das obras de Júlio Guerra, as pessoas aprendem a apreciar as belezas e grandezas da nossa História; do nosso passado e do nosso presente. Aprendem a estimar melhor as belezas e os encantos que aí se revelam.

Ele sobressaiu e se destacou em São Paulo, uma das 7(sete) metrópoles mais populosas do mundo atual; a metrópole mais populosa do Hemisfério Sul. Ele tem estatura de mestre mundial!

Tudo isto faz Júlio Guerra ainda maior e mais atrativo; mais venerado e mais conhecido. Júlio Guerra é um grande paulista, de Santo Amaro! É um brasileiro de escol, de qualidades superiores.

Penso que chegou a hora de fazer Júlio Guerra mais conhecido e mais estimado!

Chegou a hora, sempre preterida por outros compromissos, de eu lançar o meu livro sobre Júlio Guerra. Aguarde! Ele merece e nós também!

Na Jornada do Patrimônio, da PMSP, ele está orgulhosamente presente.

3 – No Panteão dos Pioneiros de Santo Amaro, Júlio Guerra tem o seu lugar privilegiado.

Júlio Guerra é, talvez, o artista mais presente, nas ruas de São Paulo.

Honra lhe seja feita!

Os grandes destaques nacionais são: Monumentos à Mãe-Preta, o Borba Gato e a Iguatinga, São Paulo, Santana e Maria menina, Jesus e Maria, em Betânia e o Painel Monumentos às Artes.

 

Júlio Guerra destacou-se como ser humano, muito digno e respeitado!

Fez arte por amor à arte, por amor à vida, por amor à sua gente.

É um homem admirável por sua obra!

4 – O Roteiro de Júlio Guerra está baseado na obra ROMAGEM – Por Santo Amaro, de autoria do autor destas linhas, recém publicado pela Editora Edubraz, com lançamento previsto para breve. Uma obra monumento que o editor classificou como belíssima, como obra de arte!

O presente roteiro conta com a coordenação da Profª Drª Inez G.Peralta, professora da USP, e membro  efetivo  da Edubraz e do Hilasa, em Santo Amaro.

Nossas homenagens a Júlio Guerra e à sua filha, Elza, que nos acompanha nesta jornada histórica. Elza Guerra é a guardiã do patrimônio de seu pai!

SANTAMARENSE ILUSTRE

REFERÊNCIAS ALÉM – FRONTEIRAS

RODRIGO AUGUSTO DA SILVA

(1833-1889)

Rodrigo Augusto da Silva

Homem Poderoso do Fim do Império

     Filho do Barão do Tietê, Rodrigo Augusto da Silva nasceu em Santo Amaro, aos 7/12/1833.

     Faleceu no Rio de Janeiro, aos 17/10/1889 (55 anos).

     Integrava a tradicional família paulista.

     Formou-se em Direito, no Largo São Francisco, São Paulo.

     Seguiu a carreira de advogado e jornalista.

     Era versado em literatura clássica.

     Foi Deputado, por São Paulo, em 1857, sendo reeleito quatro vezes.

     – Foi Senador vitalício.

     – Foi Ministro das Relações Exteriores do Brasil (1888-1889).

     Ajudou a firmar uma aliança que culminaria com a proclamação da Lei Áurea, de que foi responsável.

Carta lei Áurea

     Em momento tenso e de crise, o Imperador lhe atribuiu dois Ministérios: a Agricultura e Relações Exteriores, pelo que foi atacado por Rui Barbosa, e pelos Republicanos, porque detinha poderes extraordinários

     Foi condecorado como Cavaleiro Grã-Cruz da Real Ordem da Vila Viçosa; Grã-Cruz da Ordem de S. Gregório Magno de Roma; Grã-Cruz da Legião de Honra, da França.

De Rodrigo da Silva, afirma Afonso Celso, com muita simpatia:

     “Afável com todo, o referendário da lei de 13 de Maio possuía o charme a que nada resistia”; “Rodrigo, calmo e cortez, falava habilidosamente, suscitando universal simpatia”; “Rodrigo serviu, a maior parte do tempo, com a Princesa Imperial Regente”.

     O nome de Rodrigo aparece escrito no corpo do diploma da proclamação de abolição da escravatura. Uma honra incalculável.

Livro – Os Pioneiros da História – J.Peralta ( No prelo)

CAROLINA MARIA DE JESUS

E o “Quarto de Despejo”

(1914-1977)

Carolina Maria de Jesus – Google

Santo Amaro é o espaço que viu nascer a inspirada e sofredora Carolina Maria de Jesus e seu Quarto de Despejo. Uma vencedora. Um caso antológico.

     Nessa obra, ela expõe sua vida e suas lutas para a sobrevivência, para viver com honra e possível alegria, onde nunca faltou coragem e esperança; onde o desânimo e o desalento não foram palavras de seu cotidiano.

No seu barraco, o sol nasceu todos os dias, como bênção do Criador.

     Pelo mundo saiu semeando sementes de esperança e de amor.

     Abalou a consciência dos indiferentes.

     Carolina é um exemplo de superação a ser estudado, com humildade, sem a arrogância dos “letrados”; de intelectuais arrogantes e limitados.

    Pessoa de pouco estudo, deu luminosas lições aos “doutores” arrogantes e pretenciosos.

    Carolina Maria de Jesus foi uma mulher, que despertou o mundo, para as pessoas sofredoras.

     Mulher negra, solteira, mãe de três filhos, catadora de papel.

     Carolina provou que a esperança existe em toda a parte.

     Basta as pessoas saberem lutar pela vida, sem desistirem.

     Nela todos aprenderam belas lições de humildade, gratidão e firmeza.

     Morou em Parelheiros, extremo da Zona Sul de São Paulo.

      Nas periferias da civilização há muitos sábios;

      como há muitos ignorantes, nos grandes centros da civilização, mesmo ilustrados…

     Como Cristo, que nasceu numa gruta de animais, na periferia de Belém, assim foi a vida de Carolina: uma vida de superações.

     Mineira, viveu na periferia de São Paulo.

Carolina teve, na década de 1960, um intenso sucesso literário, em nível nacional e internacional.

Livro – Quarto de Despejo – Google

     Seu livro mais conhecido, Quarto de Despejo, vendeu, no Brasil, mais de 100 mil exemplares.

     Foi editado em mais de 16 países.

     Teve adaptação para o teatro.

     A obra foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas.

     Este teve acesso a uma pilha de cadernos de anotações de Carolina: diários, registros, poemas e ficção, sempre focado na vida cotidiana da favela.

     Foi um sucesso grande e rápido, que logo se esgotou…

     Garantiu seu lugar na história da pobreza e da superação nacional e mundial.

     Muita gente aprendeu a ver que, na favela, pelos olhos de Carolina, como nos pântanos, também há flores encantadoras e plantas verdejantes, onde o sol faz germinar a vida.

     Há esperança.

     As pessoas precisam de mais respeito, mais educação, para poderem ter mais e melhores oportunidades.

Capítulo Livro – Os Pioneiros da História – J.Peralta ( no Prelo)

BORBA GATO GUARDIÃO DE SANTO AMARO

O Colosso de Santo Amaro
Aula Magna, uma Síntese
J.Peralta

Nosso roteiro, pelo Centro Histórico, tem início, no ponto de encontro marcado, símbolo da região: na praça da Estátua Monumental do Bandeirante Borba Gato, guardião de Santo Amaro, onde este nasceu.
1 A estátua monumental no nosso Borba Gato, é de certa forma, o nosso Colosso de Rodes, grande estátua construída na Grécia, uma das setes maravilhas do mundo antigo. O Colosso de Rodes tinha 30 metros de altura e o Borba Gato de Júlio Guerra tem 13 metros de altura contando com o pedestal. Mas a comparação vale: os dois colossos estão em posição de guardiões e de acolhimento aos visitantes.
Estão em posição de atitude de benquerença, de paz e de boas vindas!
Um dia quando voltar a clarividência, na mente de alguns, o nosso Borba Gato voltará a ser muito admirado e respeitado, como um grande ponto turístico e cultural. Quem viver verá!
A estátua de Borba Gato é um monumento admirável: É marca de uma região: um respeitável e eficiente ponto de referência, que se destaca na paisagem.


A estátua de Borba Gato podemos chamar o Colosso de Santo Amaro ou mais ainda o colosso de São Paulo.
Borba Gato está presente, eternamente, no mapa do Brasil.
Santo Amaro é mais um rico patrimônio de São Paulo e do Brasil, distribuído por muitos pontos marcantes e memoráveis e em grandes paradigmas humanos.

Fotos – Colosso de Rodes – Google
Borba Gato – J.Peralta